Quero
ser Allen Ginsberg
e ler
meus poemas em festivais de Rock,
onde
a juventude do meu tempo se congregue
para
louvar um deus de carne, ossos e versos;
e
passar uma temporada reveladora em um manicômio
junto
a um maluco dadaísta,
pois
esse mundo de razão já não me serve;
e
conhecer um grupo de escritores
interessados
em uma literatura viva,
poesia
de uma variação sem prestígio;
e ser
processado pelo conteúdo indecente dos meus versos,
paradoxo
do nosso tempo:
o
mundo jaz em vulgaridade banalizada
que o
sexo seja livre, que não deixe de ser sublime;
e
viajar pelos continentes
em
busca de novas alucinações,
elevações,
versos libertários e libertinos
da
maconha ao Santo Daime;
e
escancarar esse imperialismo que destrói vilas;
esse
consumismo holocáustico que carboniza ossos –
fornalha
dos narizes de todo ser vivente, pensante, bípede e alienado.
Por
tudo
quero
ser Rimbaud, Ferllinghetti, Solomon,
Ana
Cristina César., Roberto Piva, Rodrigo de Souza Leão
e
acreditar que toda essa verborragia é um poema
e não
um delírio pueril
de um
homem inconformado
com
essa vida de rotina aspartâmica.
Mas
em verdade
Apenas
experimento
um
fluxo que não me pertence,
que
vai na velocidade dos carros
que
correm pelas avenidas brasileiras
e
levam em suas rodas
um
pouco de cada poeta inédito
ignorado
esquecido
sepultado.
Por
tudo
e
muito mais:
Quero
ser uma roda
e dar
a volta
e
nunca mais passar pelo mesmo lugar
e
reinventar uma vida
que
rode
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